sábado, 28 de novembro de 2009

Métodos de adquirir mão - de - obra indigena.

Os engenhos do Recôncavo obtiveram força de trabalho indígena através de três métodos principais: escravização, escambo e pagamento de salários. A lei de 1570 proibia a escravização
ilegal dos povos nativos, mas permitia a aquisição de cativos resgatados através de escambo com seus captores. Muitas vezes essa captura vinha pela legitimação da salvação daqueles que estavam condenados a uma morte cruel nas mãos dos seus inimigos, caracterizando esse processo por ato de favor, que os nativos deveriam pagar com a força do trabalho.
Uma junta especial de administradores civis, o ouvidor geral e os jesuítas, mesmo sabendo que havia praticas de abusos, resolveram em 1574, proceder com cautela na restrição aos resgates, pois, havia a necessidade de índios na mão-de-obra nas fazendas. Então, o resgate continuou a ser praticado, juntamente com as guerras justas contra os que recusavam a se submeterem à autoridade dos portugueses ou receber os missionários católicos.
Outra forma de submeter os nativos a mão-de-obra escrava, foi utilizando-os na prática escravista pelas suas necessidades fisiológica, principalmente, a fome. O texto retrata o episodio de 1599, quando um grupo de capuias impelidos pela fome apareceu no Engenho de Santana, em Ilhéus, consequentimente foram empregados no trabalho escravo, dessa mesma forma, há relatos que existindo escassez de braços, um grupo de dezoito índios foi trazido do sertão, e foi também nessa época que os potiguares de Pernambuco foram levados para Ilhéus.



A imagem foi extraída do site: http://www.cronopios.com.br/site/images/iex/AGOSTO%202007/indios_seringueiros.jpg

Saída de uma vida simples para uma mais complexa.


De acordo com a epigrafa de Sebastião da Rocha Pita, pode comprovar o dia a dia dos indígenas trabalhando apenas para nutrir as suas necessidades, caçavam, saciavam-se somente do que a terra lhes fornecia sem produzir excedente e colhiam o que serviria para aquele momento. Essa visão do nativo brasileiro foi contraditória a vida dos negros da Costa da África, que já tinham a noção de trabalho cotidiano. Enfim, quando houve a precisão da organização da mão-de-obra, teve que direcionar os gentios, como cita a epigrafe, a uma conduta voltada as regras do trabalho, a disposição das tarefas administradas para produção de excedentes e elevação da economia. Nesse cenário foi posto os índios, que antes, limitavam-se a um trabalho direcionado a satisfação coletiva, mas, sem a obrigatoriedade compulsiva do trabalho organizado de forma produtiva, agora sendo forçado a exercer normas para a produção da fomentação da lucratividade, realidade incomum para eles, sucumbiam nos cativeiros, pois, faltava-lhes a liberdade a maior riqueza dos nativos, sem se falar na falta de imunidade contra as doenças trazidas pelos europeus levando muitos a óbito, com isso os senhores perdiam muitas peças, digamos assim, desfavorecendo os seus lucros no emprego da mão-de-obra indígena.

terça-feira, 24 de novembro de 2009